Matino

Não posto faz muito tempo, e tem muitas razões, como falta de tempo, mesmo assim consegui achar um vídeo que eu acho que combina muito com esses ultimos dias, sinceramente, eu não gosto de lembrar ou falar da morte de nenhum piloto, principalmente a de um Brasileiro, então por isso trago a vocês um vídeo que mostra o começo de Senna na Formula 1, ainda em 83.


Quem conhece sabe que no começo da carreira do Ayrton, ele testou uma Williams e tudo mais...
Também tem os testes no mesmo ano, mas que não ficou tão famoso, que foi pela a Mclaren e depois pela a Toleman, que no final foi a equipe em que ele estreou.

Mesmo assim trago um texto escrito por  Gustavo Coelho:

Ayrton em seu primeiro teste...

Em meados de 1983, Ayrton Senna já era considerado uma das grandes promessas do automobilismo mundial. Campeão por todas as categorias pelas quais já havia passado, o jovem piloto dominava o campeonato da Fórmula 3 Inglesa daquele ano e parecia um nome certo na Fórmula a partir de 1984. Só faltava saber por qual equipe Senna faria sua estreia. O brasileiro chamou a atenção de Lotus, Brabham, McLaren e Toleman, mas as sondagens iniciais não se transformaram num convite para teste.

Caberia à Williams, campeã da Fórmula 1 em 1982, oferecer o primeiro contato de Senna com a Fórmula 1. O ensaio do jovem brasileiro de 23 anos com o modelo FW08C foi marcado para o autódromo de Donington Park, no dia 19 de julho de 1983. Naquela bucólica tarde de verão inglês, Senna chegou ao circuito consciente do desafio que estava à sua frente. Nos boxes da Williams, deu dois tapinhas no carro que ainda estava suspenso na oficina da equipe e suspirou: "É hoje...".

O dia estava tão quente que Senna precisou trocar de camisa várias vezes até o fim do teste. Não era apenas calor, mas também o nervosismo de novato que estava fazendo diferença. Às nove da manhã, foi entrevistado pelo repórter Reginaldo Leme e não escondeu o que significava aquele momento. "Isto aqui é um presente de Deus. Não só de pilotar um carro de Fórmula 1, mas aquele que conquistou o título no ano passado", afirmou Senna.

Atrasado, Frank Williams ainda não estava no circuito quando os mecânicos deram a partida no carro de Senna. O brasileiro recebeu rapidamente as instruções sobre os comandos do volante e foi para a pista com os ajustes de banco do finlandês Keke Rosberg, mais alto e corpulento. A posição não era confortável e os pneus também não eram de classificação, mais velozes. Entretanto, nada disso incomodou Senna, que foi para a pista e deixou os mecânicos da Williams assombrados.

Mais tarde, Frank Williams contou que havia preparado um plano de adaptação para Senna, com os tempos que ele deveria registrar à medida que fosse se adaptando ao carro. Logo de cara, percebeu que o ritmo do brasileiro era mais rápido do que estava esperando. Em dez voltas, Senna já havia igualado o tempo do piloto de testes da Williams, Jonathan Palmer, estabelecido apenas duas semanas antes. O próprio Frank Williams, entusiasmado, anotava os tempos de Senna na planilha.

"Ele se adaptou de forma imediata. Simplesmente impressionante", contou mais tarde. No total, Senna completou 83 voltas sem cometer nenhum erro mais significativo. Seu melhor tempo ficou na casa de 1:09.9, quatro décimos mais rápido do que o recorde da pista para carros com motores aspirados. Se tivesse um propulsor turbo, Senna teria andado ainda mais forte. Infelizmente para a Williams, a equipe já tinha dois pilotos contratados para o ano seguinte e Senna precisou buscar outra opção.

Os convites da Brabham e da Lotus não se materializaram e a proposta da McLaren não agradou a Senna, que queria correr e não assinar para a função de piloto de testes. Depois de meses de indefinição, o brasileiro acabou escolhendo a Toleman, mais por eliminação do que propriamente por acreditar no potencial da modesta equipe inglesa. O ano de estreia tinha tudo para ser de bastante dificuldade, mas Senna não demoraria para mostrar seu grande talento.

Na verdade, todos que estiveram no teste com a Williams em Donington Park já sabiam que aquele jovem piloto era alguém realmente especial.